A decisão da Casas Bahia de fazer um pedido de recuperação extrajudicial foi avaliada positivamente por analistas, que veem na operação um alívio para o caixa da rede de varejo, bem como uma oportunidade de a empresa focar no seu plano "transformacional".
As ações da companhia respondiam a essa percepção com um salto de 20,4%, a 6,55 reais, por volta de 12:10, melhor desempenho entre os papéis do Ibovespa, que subia 0,28%. No ano, porém, ainda acumulam uma perda de mais de 40%.
"A medida traz uma importante margem de manobra para os fluxos de caixa de curto e médio prazo da Casas Bahia e, até certo ponto, diminui os riscos de preocupações com liquidez", afirmaram os analistas do Bradesco BBI em relatório a clientes considerando a decisão como algo "muito positivo".
"Acreditamos que a administração da empresa pode agora ter um foco maior e fazer um esforço maior na execução do seu plano de transformação sem a distração de resgates significativos de caixa que acontecem no curto prazo", acrescentaram Pedro Pinto e equipe nos comentários enviados nesta segunda-feira.
O montante de 4,1 bilhões de reais em dívidas citado no pedido envolve determinadas emissões de debêntures "e certas CCBs emitidas junto a instituições financeiras". O plano não inclui dívidas operacionais com fornecedores e parceiros e não impacta trabalhadores ou clientes.
A estratégia prevê o alongamento de amortização de dívida, incluindo carência de 24 meses para pagamento de juros e de 30 meses para pagamento de principal. Além disso, inclui a possibilidade de credores apoiadores converterem parte de dívida em participação na empresa.
Segundo a Casas Bahia, o "reperfilamento" da dívida preservará cerca de 4,3 bilhões de reais no caixa da companhia nos próximos quatro anos. Além disso, o prazo médio da dívida sairá de 22 para 72 meses, com redução de 1,5 ponto percentual no custo médio.
Paula Arend Laier, TERRA