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Agro de MS já sofreu R$ 1,4 bilhão em prejuízos com incêndios, calcula CNA


Confederação usou imagens de satélites para quantificar perdas com fogo em pastagens, canas e florestas
Fogo avança sobre área de pastagens causando prejuízos para a pecuária. (Foto: Arquivo/Semadesc) Por: Soares Filho | 27/09/2024 17:30

A CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil) publicou levantamento apontando que perdas com incêndios causaram, de junho a agosto, um prejuízo para a agropecuária estimado de R$ 1,4 bilhão em Mato Grosso do Sul. As perdas em todo o Brasil chegam a R$ 14,7 bilhões, atingindo 2,8 milhões de hectares de propriedades rurais. Somente no Pantanal, a estimativa da Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de MS) é de que o fogo tenha atingido uma área superior a 1 milhão de hectares, entre 10 de junho e 10 de agosto, atingindo 520 propriedades.

Os valores estimados foram calculados utilizando as áreas queimadas de culturas agrícolas apontadas em levantamentos do Mapbiomas e, em áreas de pastagem, indicadas pelo Lapig/IESA/UFG (Laboratório de Sensoriamento remoto e Geoprocessamento) em sobreposição com as áreas queimadas indicadas pelo INPE  (Instituto Nacional de Pesquisa Espaciais).

Não foram considerados prejuízos das culturas e gastos que pudessem ser caracterizados como individuais, como: benfeitorias, maquinários, investimentos que serão necessários para a recuperação e renovação das áreas afetadas, perda de produtividade pela intensidade do fogo na própria área ou em áreas adjacentes.

A precificação das perdas foi estimada com base no custo de reposição da matéria orgânica em toda a área agropecuária queimada, perdas ocasionadas na produção de cana-de-açúcar que ainda não tinha sido colhida, perdas de produtividade do rebanho em razão da limitação de pasto, perdas de cercas em áreas de pastagem e perda de fósforo e potássio nas camadas superficiais dos solos.

Brigada de incêndio combate fogo em canavial, em Mato Grosso do Sul. (Foto: Arquivo/Semadesc) 

 
 

Os prejuízos estimados no País são de R$ 8,1 bilhões com pecuária e pastagem, R$ 2,7 bilhões com cana-de-açúcar, R$ 2,8 bilhões com cercas e R$ 1 bilhão com outras culturas temporárias ou permanentes existentes nas mesmas áreas. De acordo com o levantamento da CNA, os estados com maiores impactos nessas atividades foram São Paulo (R$ 2,8 bilhões), Mato Grosso (R$ 2,3 bilhões), Pará (R$ 2 bilhões) e Mato Grosso do Sul (R$ 1,4 bilhão).

Segundo explicou o coordenador técnico da Famasul, André Luiz Nunes, com base nas imagens de satélites, a CNA calculou o que deixou de ser produzido em cada região e atividade, usando como referência os próprios preços de mercado. "Em Mato Grosso do Sul, com base nas imagens dos satélites, foi possível quantificar até as perdas com a destruição das cercas das propriedades", exemplifica o analista. 

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