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Fogo em colheita de cana destruiu vegetação nativa e motivou investigação do MPE-MS
Por: Soares Filho | 04/11/2025 15:53
Um incêndio iniciado em um maquinário agrícola, durante a colheita de cana-de-açúcar em agosto de 2025, causou grande destruição ambiental em uma fazenda de Angélica (MS).
O laudo técnico do Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) apontou que o fogo se espalhou rapidamente com o vento, atingindo Áreas de Preservação Permanente (APP) e Reservas Legais dentro da propriedade e em um terreno vizinho. Ao todo, foram consumidos 1.463,891 hectares, sendo 1.401,286 ha de área agropastoril e 62,605 ha de vegetação nativa.
Diante da gravidade dos danos, o Imasul aplicou multa de R$ 4.836.000,00 ao proprietário, valor calculado conforme o Decreto Federal nº 6.514/2008. A penalidade considera R$ 3 mil por hectare de área agropastoril e R$ 10 mil por hectare de mata nativa queimados. Segundo o órgão ambiental, havia marcas de chamuscamento no equipamento conhecido como “transbordo”, apontado como ponto de origem do fogo.
O caso levou o Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS) a instaurar um inquérito civil para apurar responsabilidades. “Os danos ambientais exigem a recuperação da vegetação destruída, conforme determina a lei”, afirmou o promotor Allan Thiago Barbosa Arakaki, que determinou a elaboração de um Projeto de Recuperação de Área Degradada (Prada).
A Polícia Militar Ambiental também registrou boletim de ocorrência e enviou relatório técnico à Delegacia de Polícia de Angélica para investigar possível crime ambiental. O MPMS segue realizando diligências, colhendo depoimentos e reunindo provas que podem resultar em uma ação civil pública ou no arquivamento do procedimento, conforme o andamento das apurações.
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