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Secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira (Foto: Arquivo/Campo Grande News).
Por: Soares Filho | 24/11/2025 18:31
O secretário estadual de Justiça e Segurança Pública, Antônio Carlos Videira, tem uma lógica própria sobre a disparada dos feminicídios em 2025, ano que já supera os números de 2024 e que fez de novembro o mês mais letal da década para mulheres no Estado.
Para Videira, muitas vítimas que hoje entram para as estatísticas já vinham de uma vida marcada por violência constante. A diferença, segundo ele, é que agora elas denunciam, encontram acolhimento, e justamente esse processo de ruptura, antes inexistente, tem provocado reações extremas em antigos agressores.
“Essas mulheres estão sendo acolhidas, elas estão sendo recebidas e estão impondo uma resistência àquilo que no passado era uma constante ou uma vida de sofrimento. Então, muitas dessas mulheres, neste processo de resiliência, de luta, acabam sendo vítimas. Mas muitas outras estão sendo resgatadas daquele processo de, às vezes, dezenas de anos, de uma vida inteira de sofrimento.”.
O secretário falou sobre o assunto, durante a apresentação do IntegraJus Mulher, realizada nesta segunda-feira (24) no Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, reuniu representantes da segurança pública e instituições do Judiciário para detalhar novas ferramentas de enfrentamento à violência doméstica.
Desde janeiro o Estado já contabiliza 37 feminicídios. Só em novembro, ainda com uma semana por encerrar, seis mulheres foram assassinadas, fazendo deste o mês mais violento desde o início da série histórica, em 2015. O total também ultrapassa o registrado no ano passado, quando 35 mulheres foram vítimas de feminicídio.
Mesmo diante do cenário de aumento dos assassinatos, o titular da Sejusp avalia que os programas de proteção têm produzido resultados concretos, especialmente ao permitir que mais mulheres denunciem, saiam do ciclo de agressões e acessem canais de acolhimento que antes não existiam.
Ao analisar o crescimento dos feminicídios, Videira aponta um fenômeno que, segundo ele, tem sido observado entre as equipes de segurança: a reação violenta de autores que, por anos, mantiveram suas companheiras sob controle e agressões contínuas.
“A gente analisa de uma forma que a mulher está não mais aceitando aquilo que no passado ela era obrigada a aceitar. Ela está tendo um empoderamento”, afirmou o secretário..
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