Sendo um problema crônico em Campo Grande, o Executivo da Capital busca sanar a falta de medicamentos e empenhou cerca de R$ 21 milhões para tal, porém, apesar de três pregões diferentes, o município ainda esbarra licitações suspensas e itens desertos em alguns dos processos que vão desde contraceptivos até antibióticos.
Às vésperas do aniversário de Campo Grande, o Executivo anunciou a abertura da terceira licitação para compra de medicamentos, como bem acompanhou o Correio do Estado, para atender a rede municipal de saúde (Remus).
Através do Diário Oficial de Campo Grande (Diogrande) hoje (15), o município publicou o termo de adjudicação e homologação de um desses três processos de compra de remédios, em que mais da metade dos itens resultaram "desertos" no pregão.
Cabe ressaltar que, entre os três, esse processo divulgado hoje é também o de menor valor investido, prevendo R$1.285.851,63 para compra dos mais variados medicamentos.
Dos itens que resultaram deserto, por exemplo, esse processo de compra não foi capaz de concluir a aquisição de comprimidos indicados como contraceptivos, como é o caso do acetato de medroxiprogesterona, que poderiam ser adquiridos nas embalagens de bolhas ou tiras (blíster ou strip).
Entre os itens não encontrados aparece também alguns antibióticos (sulfato de gentamicina); bactericidas (estolato de eritromicina 500 e 50 mg/ml) e até anti-inflamatórios, como a suspensão oftálmica dexametasona.
Além desses, o pregão 058 não foi capaz de encontrar ofertas para o analgésico da classe da morfina, o cloridrato de petidina, usado em episódios agudos de dor (como do infarto, glaucoma, pós-operatórios, etc), e nem sequer o cloreto de potássio, que entre outras aplicações pode ser usado para tratar insuficiências e paradas cardíacas.
Entenda
Há tempos a falta de remédios e insumos específicos, como a de mães de crianças com deficiência (PCDs), aparece como um problema de Campo Grande.
Para tentar sanar esse problema, como bem acompanhou o Correio do Estado, a primeira licitação recente para compra de medicamentos aconteceu no último dia 20, prevendo cerca de R$ 6,2 milhões para compra de itens distribuídos entre as seguintes classes terapêuticas:
* Analgésico/antitérmico – adjuvante (hemostático);
* Antiarrítmico/Cardiovascular;
* Antibióticos;
* Anti-eméticos/Antialérgicos;
* Anti-hipertensivo de emergência/Ocitócico;
* Anti-inflamatórios e analgésicos;
* Soluções de suporte/Reposição hidroeletrolítica;
* Corticosteroides.
Depois disso, logo no dia seguinte, o Executivo Municipal anunciou mais uma abertura de licitação, prevendo R$1.285.851,63 para aquisição de medicamentos, com o objetivo de atender a rede municipal de saúde (Remus).
Mais R$ 13,5 milhões
Além disso, Campo Grande está prestes a empenhar o restante dos R$13.576.113,02 previstos no pregão 059, com data de abertura prevista para a última segunda-feira (08), que foi suspensa e remarcada para amanhã (16), com abertura prevista para começar a partir de 08h30 através do endereço eletrônico do portal de compras do município.
Conforme divulgado em Diário Oficial no anúncio de abertura do pregão, o município prevê o empenho de mais R$13.576.113,02 para a mesma finalidade, com o intuito de atender todas as unidades do Remus pelo período de 12 meses.
Neste último caso, conforme o quadro de materiais exposto no termo de referência, há um total de 25 itens previstos, como por exemplo:
1- Amoxicilina + Clavulanato
2- Captopril
3- Carvedilol
4- Complexo B
5- Ginkgo bilob
6- Ibuprofeno
7- Losartana potássica
8- Sulfato ferroso
9- Prednisona, entre outros
Das quantidades, medicamentos como Amoxicilina + Clavulanato, usado em tratamentos de infecções bacterianas, tem um total mínimo de 241.890 unidades a serem adquiridas, sendo necessária a compra de no mínimo 2,2 milhões de unidades de Ibuprofeno e pelo menos 5,6 milhões de "losartanas".
**(Colaborou Laura Brasil)
Correio do Estado